FRAUDE NA EDUCAÇÃO

Sou um convicto entusiasta da educação, ela salva, me salvou. Era um brasileiro para “não dar certo” como milhões espalhados pelos rincões do Brasil, destinados ao trabalho rural, aos biscates, aos serviços ocasionais, os pais pouco interessados na formação dos filhos. Quis o destino que um padre italiano cruzasse o meu caminho (ou dos meus pais) que os obrigou à matricula escolar.

Faço está narrativa para convencer o leitor do que virá adiante.

A estrutura da Educação Universitária Brasileira foi montada no tempo do Brasil Rural, década de 60/70 e para desespero dos esquerdopatas, pelos militares do Movimento de 1964. Os visionários de então, projetaram pelo menos uma Universidade em cada Estado e para atrair os jovens do meio rural e urbano ofereceram ensino universitário gratuito. O modelo vingou e perdura até nossos dias. Sob o pretexto de que o ensino público universitário é a redenção do País, ninguém ousa afrontar o “sistema”, não há avaliações independentes, o Brasil não comparece no cenário internacional com um mísero prêmio Nobel, tampouco se conhece alguma inovação tecnológica de interesse nacional proporcionado por milhares de teses de doutorado.

Para avançar e resolver a Educação Brasileira o País precisa, na origem, debater o financiamento das Universidades Públicas. O artigo 206 da CF que trata da gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, precisa ser revisto, ensino gratuito só para o Ensino Básico.

Hoje o MEC tem um orçamento gigantesco, mais de 158,7 bilhões, pouco desses recursos são destinados às crianças e jovens do Brasil. Outra perplexidade é constatar que o Brasil conta com 8.987.120 (2021) de universitários e apenas 2.078.661 (23%) estudam em Universidades Públicas e, pasmem, destes, 1.371.128 nas Federais. Estes 1,3 milhões estacionam, comem e estudam de graça, e, uma parcela, quando pode, faz pichações de mau gosto agredindo o Patrimônio Público como revelado, recentemente. O restante, 6,9 milhões pagam seus estudos ou tomam o FIES. Acontece então o surreal – a faxineira paga o curso da filha e o filho do patrão vai de SUV BMW para a federal. E há quem defenda estas iniquidades.

Não cabe ao MEC no século XXI, cuidar da parte operacional da educação, estas ações podem e devem ser desenvolvidas pelos Estados, Municípios e iniciativa privada. O MEC poderá ser uma Agência Reguladora.

Fixados estes novos parâmetros da estrutura, agora com mais recursos, cabe examinar as condições materiais da unidade escolar, com boas instalações, transporte de qualidade, merenda e boas bibliotecas. Igualmente, não se faz boa educação sem bons professores o que implica em melhorar as remunerações para atrair “mão de obra especializada”.

Para completar estas sugestões o programa deveria inundar o País com “Escolas Técnicas”, dentro de uma organização que valorizasse a “ordem e a disciplina”. Não há boa educação em ambientes promíscuos, conturbados, indisciplinados.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE

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