“NOVO NORMAL” – A FRAUDE

Por volta de março de 2020 a expressão esteve muito em voga, ora para dizer que vinha um vírus que iria atrapalhar a vida das pessoas obrigando-as a ficar em casa, ora para se referir aos novos tempos pós pandemia. Eram previstas mudanças intensas de comportamento social, muita reflexão, humildade das pessoas, o mundo, finalmente, iria parar e mudar.

Passados 14 meses do primeiro evento pandêmico o que se vê é que tudo continua “como dantes no quartel dos Abrantes”.

Para melhor avaliar este período vamos separá-los por partes:

Comecemos pelos trabalhadores privados das Indústrias de norte a sul do Brasil. Para júbilo dos consumidores nunca pararam, não sabem o que é um feriado “extra”, o vírus chinês para estas categorias, não existiu. Parte de nossas mesas quotidianas, recepciona milhares de produtos fabricados e nossa higiene familiar e caseira é garantida por esses trabalhadores.

Outra categoria que não parou e, portanto, o “novo normal” passou longe de seus espaços de trabalho foi o campo, com seus extraordinários recordes de safra e criação de animais. Estes garantiram mesa farta para os “trabalhadores urbanos” com suas quase 265 milhões de toneladas/2021.  A produção de hortaliças e verduras foi garantida durante estes tempos difíceis. Ninguém produz tanto, ficando em casa.

O #fiqueemcasa também não funcionou para milhares de motoristas, uberistas, pequenas oficinas, de serralherias às mecânicas, todos os pescadores do litoral do Brasil, pessoal de imprensa falada, televisada, escrita, como não funcionou para milhões de trabalhadores independentes, que mal ou bem operaram de dentro de seus escritórios.

Outras categorias que estiveram presentes, sem “férias” foram o comércio, os serviços com destaque para farmácias e supermercados e, principalmente, a construção civil. E o que dizer dos milhões de policiais de nossa Segurança Pública, do Exército, da Marinha e Força Aérea. Todos na luta do dia a dia.

A vida está tão normal que a bandidagem não tomou conhecimento da pandemia – se assalta à noite ou de dia, explode-se agências bancárias, os assassinatos continuam, e vejam vocês, a Pandemia deu margem a que os “picaretas públicos” também continuassem obstinados no roubo do dinheiro público, dos hospitais de campanha, dos respiradores. Tudo normal.

Menção honrosa aos trabalhadores da Saúde que além do contato imediato com a Peste chinesa emprestaram nos milhares de hospitais espalhados pelo País, a sua contribuição, o seu amor, o seu carinho aos atingidos, via de regra pessoas idosas ou com doenças preexistentes.

Aparentemente, o Brasil continua normal, então, para quem devemos atribuir o “novo normal”? Uma categoria desponta como vencedora – são os funcionários públicos e seus segmentos. Muitos estão em férias há 14 meses, dizem que operam em “home office”, mas é puro delírio funcional. Destes há uma categoria imbatível – são os professores.

Aqui os Sindicatos da categoria têm se esmerado em afrontar as leis e o bom senso, sob conivência irresponsável do MPF, MPSC e da própria Justiça. Como se sabe crianças são assintomáticas e a maioria absoluta (há estudos que indicam que 99,7% das crianças são infensas ao vírus) não adquire a doença, mesmo assim desde março de 2020 nosso sistema escolar está fechado. Advém deste evento outros componentes danosos – crianças que não se alimentam direito, não são alfabetizadas, não incorporam conhecimentos, será uma geração de analfabetos funcionais. Estes “anões culturais da pandemia” serão conhecidos daqui a 10, 15 anos, sobretudo, nas classes mais pobres. Em nome de proteger a vida (uma mentira) coloca-se em risco toda a vida de uma geração pobre e desassistida.

A vida nunca foi fácil para os pobres, mas agora, piorou, cancelaram pelo menos 10 anos de esperança. Um crime que deveria ser debatido na CPI da Pandemia.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV

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