O DRAGÃO DO MERCADO (B3) X PRESIDENTE BOLSONARO

O Presidente Bolsonaro destituiu o CEO Castelo Branco da Petrobrás e em seu lugar, indicou o General Luna, até então presidente da Itaipu Binacional.

O que levou Bolsonaro a praticar ato extremo? Segundo suas próprias declarações, o fato de não concordar com os aumentos sucessivos dos combustíveis, especialmente, gás de cozinha, diesel e gasolina. A oposição, os mercados e a periferia de plantão da grande Imprensa ficaram indignados, consideraram uma interferência absurda nos destinos futuros da Empresa.

Como ex-professor de Custos Industriais, vou dar aqui a minha modesta contribuição neste debate que toma conta do País.

O Modelo dos Preços praticados pela Empresa obedecia, em tese, dois grandes vetores – os preços internacionais do petróleo e a cotação do dólar, desprezando, aparentemente, os custos internos da Empresa. Um, ou outro, ou os dois em conjunto, “obrigavam” a Petrobrás ao aumento. Foi o que aconteceu na última semana estressando o Presidente.

Resta saber se a matriz de custos atuais – cotação do dólar e cotação do petróleo – é única forma de estabelecer preços ou há outros vetores a serem considerados.

De uma forma geral a Petrobrás não escapa dos modelos tradicionais de apresentar suas finanças – há os balanços patrimoniais e há as Demonstrações de Resultados. Uma empresa é “mal avaliada” quando apresenta prejuízos – Receitas (R) menores do que as Despesas (D). As receitas, por óbvio, dependem dos preços praticados e as Despesas do grau de racionalidade econômica e financeira adotada pela Empresa. Esta equação

R-D=Lucro/Prejuízo, é foco do interesse do mercado e a Petrobrás, não foge à regra.

Portanto quando o Presidente demite o CEO da Petrobrás por ter adotado como padrão linear “aumento de preços sucessivos com base na cotação do dólar e petróleo”, mesmo sem querer mandou um recado – existem outras formas de mitigar estes aumentos. Eles residem basicamente, nos estudos dos Custos Internos da Cia.

Segundo se sabe, lá é uma “Caixa Preta”, todos os monopólios de certa forma são assim. Como detém a maioria absoluta do mercado, impõe os preços que querem. (Por isso existem as Agências Reguladoras). Basta um bom argumento (cotações) para numa canetada submeter os consumidores aos solavancos conhecidos. Talvez, agora, o General Luna possa observar com mais acuidade o que se passa no “íntimo profundo do reino encantado da Petrobrás”. Lá os Sindicatos são festejados, bem recepcionados nos seus pedidos, os salários são milionários, as despesas são estratosféricas, tudo se opera como se fosse um sultanato árabe. Ainda, recentemente, foi encerrado um injustificável contrato de 163 milhões de libras esterlinas (1,22 bilhões) com o pessoal da Fórmula 1. Devem existir centenas de contratos parecidos e indesejáveis como este.

Creio que ao introduzir na Matriz não só os interesses do mercado, mas, igualmente, os interesses dos consumidores, os aumentos podem e devem ser balanceados de tal forma que mantendo os lucros da empresa, também se possa atender os interesses do País.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE DO MDV

www.movimentoliberaldiasvelho.com.br

Nota: A doutrina liberal defende a propriedade privada, a liberdade de preços (oferta e demanda) e o livre mercado. Todavia, como os mercados são imperfeitos, surge necessidade de adequá-los aos interesses do país. Monopólios e Oligopólios tem leis especificas para manter os controles sociais desta exclusividade, sob pena de trazer enormes prejuízos à população. A Petrobrás desempenha atividade monopolística de bens essenciais. Seu controle de custos deveria ser mais agudo,  incisivo, profundo.  É o que o MDV defende.

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