PENITENCIÁRIA – JARDINS & SERVIÇOS

Somos uma cidade cercada de “belezas sem par” praias deslumbrantes, mangues, lagoas, rios e florestas que encantam o forasteiro e o morador. São 516 mil habitantes, uma densidade de modestos 765 habitantes por km2. É quase nada frente a Cingapura, por exemplo, com as mesmas dimensões e com quase 6 milhões, 7.500 habitantes por km2 ostentando uma renda média anual de 80 mil dólares, não há desemprego, o povo é feliz.

Floripa pode ser a Cingapura dos trópicos mas precisa adotar alguns protocolos eficientes em termos de gestão pública. O primeiro deles é dar liberdade de decisão aos agentes privados no que tange a ocupação dos espaços. Nosso atual Plano Diretor (PD) sofreu, recentemente algumas modificações mas continua sendo um “mausoléu” entravando o crescimento da cidade, enterra qualquer pretensão de haver um desenvolvimento espraiado e harmônico na Ilha. Há severas limitações quanto à liberdade de se implementar projetos de investimentos, notadamente, aqueles que exigem verticalidade.

E o que se verifica no espaço onde está localizada a atual Penitenciária Estadual. Além de ser um cartão postal às avessas, o PD é absolutamente, hostil a qualquer investimento que se queira fazer por lá, além de não gerar um tostão furado para os cofres da Prefeitura.

A solução passaria por um bom acordo entre os poderes Estadual (dono do pedaço) e Municipal com objetivos claros: retirar do “coração” da cidade um monstrengo feioso e insuportável, restituir o local à comunidade obreira e trabalhadora, gerar muito emprego e renda em troca de novas unidades prisionais pelo Estado.

Vale ressaltar a título exemplificativo as negociações na década de 1990 entre o grupo Koerich e o Avaí referente ao terreno de 15.000m², antigo Campo da Liga, que foi trocado por outro de 120.000 m². No local foi instalado o Shopping Beira Mar gerando milhares de empregos em ambas as pontas da negociação.

A partir da remoção da penitenciária, a PMF poderia criar um Plano Diretor Específico (PDE) onde seriam definidos os novos usos e ocupação. São 400 mil metros quadrados, o que equivale a 40 campos de futebol. É um espaço nobre da cidade, poderia recepcionar o que há de mais moderno no mundo da arquitetura unificando em um só local, interesses econômicos, financeiros e sociais. Por exemplo na área social a comunidade poderia ser beneficiada com equipamentos comunitários a partir de uma UPA24h com micro hospital, creches, escola primária, escola técnica, casa do idoso, praça e jardins, poderia abrigar complexos habitacionais, comerciais, serviços, alameda de cartórios, e até museu e teatro de parte dos “escombros” para deixar às futuras gerações, visualizações de como eram os presídios dos dias de hoje.   

Tudo o que lá está deveria ser implodido. Do ponto de vista do Patrimônio Histórico, Cultural, Arquitetônico, não há nada que mereça registro de preservação. Defesa de bens culturais, patrimônio histórico se faz com sítios que tenham valor excepcional do ponto de vista histórico, arqueológico, cientifico, antropológico e não com instalações que abrigaram por mais de 80 anos os piores facínoras do Estado, traficantes, assassinos de várias estirpes, ladrões. A Penitenciária Estadual atual lembra apenas sofrimento e isto precisa ser contido junto da sociedade. Para muitos merece o mesmo destino do Carandiru. Tudo conspira a favor de uma brilhante solução. Está nas mãos de nossas autoridades implementar as ações que levem a um “upgrade público” com geração de muita renda, oportunidades e emprego,  sem desembolso de recursos públicos.

ADM. DILVO VICENETE TIRLONI – PRESIDENTE

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