UFSC INFECTADA

A UFSC que já foi um patrimônio unânime dos catarinenses apresenta fissuras no seu casco, a água penetrando no seu interior. Criada na década de 1960 após a reunião de 7 outros centros de ensino, estabeleceu-se na antiga Fazenda Brasil e lá opera até nossos dias.

Transitam diariamente dentro e no seu entorno algo como 60 mil pessoas, destas mais de 40 mil são alunos de educação básica (1,2 mil), Superior (30 mil) e Pós (10,7 mil).  São 2,6 mil professores, um exército administrativo de 3,2 mil funcionários e um Restaurante que oferece “gratuitamente”, 2,8 milhões de refeições. É um gigante orçamentário que vai consumir em 2020 nada menos do que R$1.425.750.634,00 (um bilhão e 400 milhões). É a maior “cidade orçamentária” de SC, depois de Floripa.

Mas A UFSC tem problemas a começar pela sua inércia diante da crise do Corona vírus. Não se tem notícias de que a UFSC tenha movido uma palha para mitigar a dor das famílias frente à pandemia. Afinal são 2785 projetos de pesquisas distribuídos em 624 grupos de pesquisadores. Estranho que números tão grandes de “especialistas” não tenham vindo à público para oferecer alternativas ao corona. Mas este é um problema conjuntural, surgiu agora, existem outros de natureza estrutural que precisam ser atacados.

A primeira constatação do observador é saber, mediante tantos recursos investidos na UFSC quais, de fato, os conhecimentos práticos que são gerados dentro de seus “laboratórios”. Dos 2.649 docentes da UFSC, 2.375 são Ph.D. o que equivale a níveis internacionais. Mesmo assim não se tem notícia de grandes feitos acadêmicos produzidos no seu interior. Nesta pandemia tudo anda parado, é um feriadão inusitado, todos regiamente, pagos para ficar em casa.

Há mais curiosidades a serem levantadas. O universo de alunos nas universidades brasileiras é da ordem de 8 milhões, destes 6 milhões pagam as suas mensalidades, 2 milhões, entre eles os mais de 41.290 matriculados da UFSC, estacionam, comem, estudam de graça. Em alguns casos, também dormem de graça. Só o restaurante universitário com suas 2,8 milhões de refeições anuais é um escarnio, um deboche ao trabalhador brasileiro. É suor do mestre de obra, do carpinteiro, do eletricista, do balconista para sustentar a maioria dos abonados que estudam na universidade pública.  Foi a forma talentosa que os mais abastados encontraram de se apropriar dos recursos públicos com o beneplácito dos socialistas de plantão e liberais de fancaria.

Frente a estes dois enormes problemas caberia nestes tempos de pandemia que os pesquisadores se debruçassem sobre o modelo equivocado da Universidade Pública Brasileira e oferecessem projetos para o debate. O Brasil não pode ficar refém de grupos de pressão minoritários que insistem na “gratuidade” do ensino superior. O que deve ser universal, de graça e de boa qualidade é o ensino básico, não o superior.

Como sugestão a um eventual Grupo Técnico que queira iniciar os estudos nesta direção proponho que todo aluno pobre que passar no ENEM seja agraciado com uma bolsa de ensino mediante financiamento público a ser devolvido em serviços ou espécie após a sua formação, os demais, deveriam pagar sua mensalidade.

Dos atuais R$1,4 bilhão alocados à UFSC seguramente, mais da metade poderiam ser destinados às nossas crianças e jovens adolescentes, investindo em boas instalações, professores, bibliotecas e tecnologia.

É desta forma que salvaremos o País, não com mais saques à bolsa da “Viúva”.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI

PRESIDENTE DO MDV

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