VALORES, PODER E GESTÃO

As eleições municipais se aproximam e surge uma pergunta: Em quem votar?

Nas Empresas privadas você vai ao mercado e dependendo do tamanho do negócio e segmento sempre haverá bons gerentes e CEOs (chief executive officer) para contratá-los. São apresentados os currículos, a formação acadêmica, experiência profissional, idiomas, estágios internacionais o que permite fazer uma avaliação da biografia do candidato. Há largas possibilidades de acerto.

E para Prefeito? Que vai comandar a maior “Organização” da cidade quais as características que deveriam constar do seu currículo?

Vamos por parte. A lei concede ao eleito o privilégio de ao contrário das empresas privadas, onde há limitações, contratar o que ele achar de melhor. Há muita gente especializada que dada a relevância do cargo público o ocupa sem necessariamente, pensar no salário do fim do mês. Estabelecida esta premissa vale também para o novo prefeito que guardará foco em dois campos distintos: um os valores em que vai se assentar o seu comportamento político, outro as ações que deverá imprimir na gestão pública.

O homem é eminentemente social, posto viver em sociedade, está exige dele comportamentos políticos, ou seja, cada movimento que faz em direção ao supermercado, à igreja, à escola, às eleições, é um ato político. Temos opiniões sobre tudo e via de regra decidimos com os valores que existem dentro de nós. Alguns destes valores são claros, objetivos outros navegam no nosso inconsciente, mas são determinantes para nossas decisões.

Usando a lupa dos conhecimentos acadêmicos todo o candidato ao disputar um cargo o faz cercado de valores individuais e coletivos (que adquiriu durante a sua formação) ou que o momento que atravessa a sociedade exige. Alguns destes valores são perenes, eternos, desde que debatidos e conquistados pela sociedade esclarecida, há anos.  São eles: a defesa da vida, dos direitos individuais e coletivos, do livre mercado, da propriedade privada e da democracia. O conjunto destes valores formam uma doutrina – o liberalismo.  Qualquer candidato que desconhecer estes “caminhos de luz” tende a resolver as questões por ímpeto, arrebatamento, sem base filosófica que levem a decisões acertadas.

Outro conjunto de ações do bom candidato diz respeito ao conhecimento das estruturas orgânicas que vai enfrentar. Neste caso, suas dificuldades crescem exponencialmente, não basta valores é preciso ação. O conjunto de projetos e programas são em tese “infinitos”, para quais deles dar prioridade? Surge então a questão de definir o “tamanho do Estado”, ou seja, o tamanho da organização. Nossos organogramas são repletos de retângulos sem a menor importância todos ocupados por algum “cabo eleitoral” do vencedor. Tomando como exemplo uma cidade média do tamanho de Floripa podemos operar com eficiência com no máximo 12 secretarias. Observando o que se passa no mundo burocrático, serão dezenas de retângulos desnecessários que no dizer de D. Pedro II, “são despesas inúteis e como tal, roubo da nação”.

Em resumo o candidato ideal será alguém que professe a doutrina liberal e tenha compromisso com um Estado enxuto, equilibrado nas questões fiscais, provedor dos bens e serviços essenciais à população. Fora disso poderemos eleger alguém que em vez de ajudar na solução dos problemas sociais, compromete-os, em vez de colocar o Estado a serviço dos interesses sociais, desvirtua-os gerando sofrimento e dor. Tudo vai depender do eleitor, escolher o que oferecer a melhor biografia nos dois campos citados – valores e gestão.

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