RUPTURA INSTITUCIONAL
O Chile andou próximo de um Golpe de Estado, superou o problema com eleições. No segundo turno disputaram os votos dois candidatos um próximo da doutrina liberal o outro, não obstante ser taxado de socialista raiz, é na verdade um “socialdemocrata” cuja doutrina apoia intervenções econômicas e sociais do Estado para promover justiça social dentro de um sistema capitalista.
Esta maneira de enxergar a política é a mesma do “Liberalismo Social” ou seja, Boric se disfarçou de marxista, mas no fundo é chegado ao modelo criado pelos iluministas no século XVIII, montado, vale lembrar, nos 05 pilares básicos de uma sociedade livre: defesa da vida, dos direitos individuais e coletivos, da propriedade privada, do livre comércio e da democracia.
No Brasil vamos ter eleições em outubro e despontam no cenário eleitoral, até agora, dois possíveis candidatos com chances de vitória, Bolsonaro e Lula. Caso haja segundo turno o Brasil terá que decidir entre estas duas personalidades, mas, ao contrário do Chile, não vamos debater apenas “doutrinas políticas”, vamos além, temos que debater “valores morais” e, se queremos, socialismo à moda da Venezuela, ou não.
Bolsonaro tem uma biografia controversa, nasceu de família simples, cursou a Academia Militar de Agulhas Negras, é paraquedista, foi deputado Federal durante 27 anos de sua vida e nestes últimos anos, Presidente da República. A oposição tenta relacioná-lo com “rachadinhas” mas até agora não foi sequer pronunciado muito menos condenado sobre estes possíveis crimes. É profundamente leal ao Exército brasileiro e às FFA. Por ora vem gerenciando bem o Governo, indicou um grupo de ministros de alta capacidade técnica, todos irmanados na construção de um Brasil pujante e melhor.
Lula, um retirante de Pernambuco, foi metalúrgico com enorme capacidade política, ascendeu a vários postos no Sindicato de Santo André, fundador da CUT, foi o 35º presidente do Brasil entre 2003/2011. Sua maior marca é o Bolsa Família. No Governo, embora não tenha avançado no Programa Nacional de Desestatização (PND) (criou várias empresas não privatizou nenhuma) não criou maiores dificuldades ao Sistema Econômico comportando-se como um “socialdemocrata”, próximo, portanto, do Liberalismo Social. Todavia, ele e seus principais seguidores, avaliam como “frágil o governo socialista exercido” que agora, em nova rodada, é preciso impor regras rígidas na questão da comunicação, impor “disciplina” ao mercado, exercer com autoridade o conceito da função social da propriedade, entre outras bandeiras “cubanas”.
É preciso recordar que seu Governo foi marcado por dois grandes escândalos, o Mensalão (2005) e o Petrolão (2014), este incluído dentro da operação “Lava Jato”.
O mensalão foi a compra de votos (30 mil por mês) para aprovar leis do interesse do Executivo e envolveu pelo menos 08 partidos e 38 réus, cujo julgamento se iniciou em 2012. Mesmo diante da repercussão negativa do evento, Lula, surpreendentemente, foi reeleito em 2006. Durante o desenrolar do julgamento era comum debates em que surgiam alusões com o livro “Ali Babá e os 40 ladrões”. Mesmo assim, de forma clara, contundente, com provas materiais, delações comprovadas, Lula nunca foi julgado, escapou de ser condenado.
No Petrolão as fraudes foram ainda maiores. Para dar “governabilidade” à 2ª gestão de Lula, o Governo foi loteado cabendo a cada partido, gerenciar nacos da estrutura governamental. Tudo ia bem, até que uma conversa captada do doleiro Alberto Youssef, de um Lava Jato, abriu o leque para descobrir o maior roubo de recursos públicos do Brasil. A operação se iniciou em abril de 2014 e encerrou-se em fevereiro de 2021. Os roubos, mais de 10 bilhões, envolveram todos os órgãos do Governo, desde autarquias, estatais, vários fundos de pensão até os Bancos Estatais. Foram bilhões surrupiados do povo brasileiro. Foram condenados mais de 100 pessoas entre eles Lula, em primeira, segunda e terceira instância, mas graças ao STF, não há mais ninguém na cadeia e Lula foi “absolvido” da roubalheira e está apto a concorrer às eleições.
Fica claro que a Democracia brasileira não tem condições de coibir as condutas imorais de nossos governantes. Estes, também não se intimidam, ao contrário de outros países em que se afastam do poder, e vão curtir sua pena na cadeia, como aconteceu recentemente (2018) com a ex-presidente da Coreia do Sul Park Geun-hye condenada a 24 anos de prisão.
No Brasil, guardo convicção muitos brasileiros frente a um Presidente, declaradamente, ladrão, estarão pensando em qual solução adotar, o que fazer? Todos os caminhos indicam que as FFA são a única solução, os demais poderes, fracassaram. Eu não quero para meus filhos e netos, o túnel escuro dos conflitos sociais.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE