BUROCRACIA TÓXICA

A União, os Estados e os Municípios andam inchados, balofos, intumescidos. O Estado brasileiro já não existe para atender aos interesses da população e sim para atender os feudos patrimonialistas que se incrustaram nos três poderes.

Para qualquer ente federado que se olhe, encontra-se uma miríade de órgãos inúteis e dentro deles setores caprichosamente, construídos para atender os acólitos de plantão. Não há respeito ao dinheiro público. A população em vez de se rebelar, constritamente, impotente, recepciona estes disparates com rejeição, repudia as iniquidades, mas pouco pode fazer. Ninguém se atreve a desafiar o gestor público de plantão. Parece que ser audaz, ter o topete de mencionar os desvios “legais” constrói para o seu autor a pecha de pessoa amarga, indignada, revoltada.

Quem deveria ter maior interesse em denunciar a máquina inchada dos Governos – o Ministério Público – ele mesmo é vítima de seus próprios equívocos.

Tivemos uma enorme capacidade de nos indignar com o “mensalão” com o “Petrolão” e tantas outras operações levadas a efeito pela PF e núcleos conscientes do MP e da Justiça. Mas há centenas de milhares de “mensalões” e petrolões, sendo realizados à luz do dia, de forma legal.

Quando uma Prefeitura, um Estado, a União, órgãos da Justiça criam cargos desnecessários, portanto inúteis, sem interesse direto na prestação de um serviço público, estamos diante de um abuso, de um esbulho de recursos públicos que deve ser energicamente, rechaçado.

Esta forma de fraudar as leis usurpando os direitos da população é insuportável para os democratas de linha liberal, de raiz, cuja solução só virá através de Governos duros e inflexíveis com os chefões dos baronatos públicos.

Não precisamos ir à Brasília para encontrar estes sultanatos públicos. Aqui na PMF há vários a começar pela superposição de órgãos como é o caso da Secretaria da Cultura abrigando a FFC. O que faz um IGEOF pendurado no organograma e consumindo por ano quase 3 milhões de reais? Manter a COMCAP por puro proselitismo político, um custo para o contribuinte de nada menos do que 180 milhões/ano, além de um Fundo de Saneamento de mais 30 milhões, quando tudo poderia ser feito por 1/3 destes valores.

Onde o leitor mexer encontra contradições. A Câmara de Vereadores de Floripa com 23 vereadores, tem orçamento de 69 milhões em 2020. É seguramente, a Câmara mais cara do Brasil. Cada Vereador custa por ano, 3 milhões, um número assustador, afrontador à população pobre da cidade. Estes desatinos financeiros precisam ser contidos.

Mas estas ações predadoras contra a população vêm de longe. Rui Barbosa, 25 anos depois da República (um dos argumentos para proclamá-la era justamente os gastos da monarquia) disse que tinha vergonha de ser honesto diante de tantas patifarias que, como homem público, já enxergava nos fundões da República.

Hoje continua pior, para desespero dos analfabetos, famintos e necessitados da saúde.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV

NOTA: Neste complexo mundo das organizações públicas é preciso fazer uma referência ao Governo do Estado. Os novos governantes (Moisés e Daniela) conseguiram eliminar as Secretarias Regionais e alguns órgãos inúteis fazendo enorme progresso organizacional. É preciso avançar, construir um bom Programa de Privatizações. Há espaços para melhorar o organograma do Estado. SC poderá ser o primeiro Estado Brasileiro a ter um organograma, tecnicamente, eficiente e racional.

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