JORNADA DE UM LIBERAL (IN)CONVICTO

Jorginho dos Santos Mello, aos 67 anos, tem uma história política de destaque no estado de Santa Catarina. Nascido em Ibicaré, uma pequena e tranquila cidade do meio oeste catarinense, com pouco mais de 3.300 habitantes, Jorginho trilhou um longo caminho até o auge de sua carreira política. Inicialmente vereador em Herval d’Oeste, ele ampliou sua influência ao longo dos anos, ocupando por 16 anos uma cadeira na Assembleia Legislativa como deputado estadual, seguido de um período de 8 anos como deputado federal. Sua trajetória culminou na eleição para o Senado em 2019, antes de alcançar o posto máximo de governador de Santa Catarina em 2022, quando foi eleito no segundo turno com expressivos 2.983.949 votos, o que corresponde a 70,69% dos votos válidos.

Como presidente do Partido Liberal (PL), Jorginho é um representante da Doutrina Liberal, que preza pelo Liberalismo Econômico, (além do Liberalismo Social e Liberalismo Político) enfatizando a importância da Propriedade Privada e do Livre Mercado. Esta doutrina defende a redução da intervenção do Estado na economia, argumentando que a iniciativa privada é capaz de atuar de forma mais eficiente e com custos mais baixos.

No entanto, Jorginho apresenta uma posição que pode parecer contraditória ao liberalismo clássico, evidenciada por sua disposição em formar alianças políticas com partidos de origens marxistas e socialistas, como o Cidadania e o PSB, que teoricamente divergem dos princípios liberais. Esse comportamento sugere uma flexibilidade política que se afasta das convicções liberais tradicionais.

Para reafirmar sua adesão ao liberalismo perante os críticos e “liberais raiz”, Jorginho poderia adotar medidas mais alinhadas com a Doutrina Liberal, como a implementação de um Plano Catarinense de Desestatização. Isso implicaria na privatização de empresas estatais como CELESC, CASAN, CEASA, SCGAS e os portos de São Francisco, Laguna e Imbituba. Além disso, seria recomendável um “choque de gestão” na administração pública, com a redução do número de secretarias para um máximo de dez, além de contar com as Procuradorias Geral do Estado (PGE) e Controladoria Geral do Estado (CGE). Para coroar uma gestão promissora o compromisso de aplicar pelo menos 25% das Receitas Correntes Líquidas em Despesas de Capital, ou seja, em investimentos.  É o que fez a China nos últimos 30 anos.

Essas ações poderiam, teoricamente, levar ao crescimento econômico acelerado, aproximando o PIB catarinense dos altos níveis observados em países como Vietnã, China e Índia, muito além dos 3,7% de 2023. De outro modo SC ofereceria ao Brasil o “efeito demonstração” de um Estado desenvolvimentista educando os gestores públicos de outras esferas administrativas.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE

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