Desafios na Saúde: Transformações e Expectativas no Norte da Ilha

NORTE QUER A SUA MATERNIDADE

O Sistema de Saúde de Floripa é reconhecido como exemplar, assemelhando-se ao de Países Desenvolvidos. Com 13 hospitais, 04 maternidades, 05 policlínicas/UPAS e 49 centros de saúde, a cidade destaca-se pela abrangência e qualidade dos serviços oferecidos. Contudo a população do Norte da Ilha anseia por mais melhorias.

Em um movimento que promete transformações substanciais na área da saúde a partir de 2024, as três UPAs da cidade serão gerenciadas por Organizações Sociais (OSs). Esta mudança impacta especialmente as UPAs Sul e Norte, enquanto a do Continente já opera nesse modelo desde 2019, destacando-se por custar 37% do valor das outras, segundo o Executivo municipal.

A grande novidade para o próximo ano é a instalação do Hospital Dia em Florianópolis, que ocupará as instalações do antigo Aeroporto Hercílio Luz, no bairro Carianos, após um investimento expressivo de R$ 45 milhões. Deste montante, R$ 35 milhões serão destinados à reforma e R$ 10 milhões para equipar o hospital. O complexo de 12 mil m² abrigará a UPA Sul, policlínica, Caps 24h, centro de atendimento à mulher vítima de violência física e sexual, central de material esterilizado, escola pública de saúde e centro oftalmológico.

Embora essas ações sejam aplaudidas pela maioria, a população do Norte da Ilha, representada pelos 05 distritos – Santo Antônio de Lisboa, Canasvieiras, Ratones, Cachoeira do Bom Jesus e Ingleses – com mais de 150 mil pessoas, levanta uma importante questão ao prefeito: “E nós, quando teremos oportunidades semelhantes, seja um Hospital Dia ou, pelo menos, uma unidade que comporte uma maternidade?”

É relevante observar que, à medida que a cidade expandiu-se, movendo-se para além do centro histórico, os estabelecimentos de saúde, como hospitais e maternidades, permaneceram centralizados. Com o crescimento acelerado dos distritos, que se tornaram os novos centros urbanos, é imperativo que o governo adote uma abordagem de descentralização das unidades de atendimento. Uma sugestão valiosa para iniciar esse processo seria promover o debate sobre a permuta dos atuais imóveis localizados no centro por novas construções nos distritos em expansão.

Essa proposta não apenas atenderia à demanda crescente dessas regiões em rápido desenvolvimento, mas também despertaria o interesse de potenciais investidores. A iniciativa para conduzir esse processo recai, sobretudo, sobre os Governos, em especial o Estadual, que detém a posse dos imóveis centrais. A busca por uma redistribuição estratégica dos serviços de saúde, alinhada com o atual panorama urbano em transformação, representa não apenas uma necessidade, mas também uma oportunidade para promover uma infraestrutura de atendimento mais eficiente e equitativa. Fica a dica.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE

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