PICARETAS DA PANDEMIA – O VÍRUS NÃO TIRA FÉRIAS

Há muitos políticos oportunistas que apareceram nesta Pandemia. Alguns até tiveram o topete de agir por conta própria, mas a maioria, se transvestiram de “FRENTES” outros de “CONSÓRCIO”. Aí tivemos a Frente de Prefeitos, Frente dos Governadores, Consórcio de Vacinas do Nordeste, Consórcio de Vacinas dos Prefeitos e até a nossa FECAM entrou nessa. Além de ações de compra, via de regra, soltavam um “Comunicado” criticando azedamente, o Presidente e seu Ministro da Saúde. São políticos que abraçam uma boa causa para tirar proveito próprio, vantagens pessoais.

Em todos estes movimentos o “porta-voz” se apresenta, abrindo a entrevista, com argumentos falsos – “o Governo Federal não cumpriu com sua missão, então nós resolvemos nos unir, e num gesto desprendido, abnegado, resolvemos construir um atalho para superar estas deficiências. Faremos um enorme esforço para comprar vacinas”.

São pronunciamentos fingidos, com o carimbo da falsificação. Em primeiro lugar, toda a vacina comprada por qualquer “Consórcio ou Frente” deverá ser entregue ao Governo Federal, ao PNI-Programa Nacional de Imunização, que fará a distribuição. Segundo lugar, não há vacinas para se comprar, caso existissem o PNI já as teria comprado. Terceiro e mais grave, estes picaretas da pandemia estão tirando dinheiro das Prefeituras, maioria com dificuldades financeiras, para fazer ações tipicamente, do Governo Federal.

Cabe destacar que o Brasil através do Butantã e Fiocruz, já estão produzindo 2 milhões de vacinas ao dia, e em breve, seremos autossuficientes no setor. Como não há vacinas disponíveis no exterior cabe o País trabalhar com o que tem, que não é pouco. Acrescente-se a estas ações a compra pelo PNI de mais de 500 milhões de vacinas, (entrega segundo semestre e 2022) e um fato surpreendente, o Brasil já esta vacinando 1 milhão de pessoas por dia, sendo o quinto país que mais vacina no mundo.

Toda esta narrativa é para protestar contra as ações nefastas de algumas capitais e Estados Brasileiros que neste feriadão se deram ao luxo de suspender o PNI em suas cidades. Os prefeitos de Salvador, Cuiabá, João Pessoa, Belém, Manaus, Palmas e Curitiba decidiram interromper a vacinação nesta Sexta-Feira Santa por causa do feriado.

É inacreditável que isto tenha acontecido no Brasil. Estamos submetidos a um aumento diário de contaminados e de óbitos e sob o argumento de que os funcionários estão “exaustos”, seguramente, milhares de pessoas deixaram de se vacinar. Quantas vão morrer? De quem é a responsabilidade. Como muitos destes prefeitos bandalhos foram críticos severos do Presidente, reitero, aqui, a necessidade do MPE ou MPF, examinar estas iniquidades, o vírus não tira férias. Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Vale registrar o que disse o infectologista Jamal Suleiman, segundo ele, na atual situação do país, qualquer dia de vacinação a menos faz diferença.

“Um dia quando você está no meio de uma pandemia, em que é fundamental que rapidamente a gente imunize essas populações numa ordem de um milhão de pessoas, no meu entendimento, isso é um grande equívoco não ter a vacinação no dia de hoje. Se tivermos mais dois feriados, deixaremos de vacinar 3 milhões de pessoas. Qual a justificativa para isso nesse instante? Nenhuma. A gente tem que pensar nessa questão e colocar esse carro para andar na maior velocidade que conseguirmos”.

Fica registrado o nosso protesto, a nossa indignação contra estes hipócritas que se alternam entre o falso altruísmo e o oportunismo político.

ADM DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV

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