COLEGIÕES UNIVERSITÁRIOS

Orçamento MEC de 2023 é de R$158,9 bilhões. Ensino Superior inclusive Hospitais: 32,41% R$51.566.921.044; Educação Fundamental, Infantil e Adultos 15,54% – R$24.790.564.042; FUNDEB 26,41% R$41.980.658.110; DIVERSOS 25,56% – R$40.625.695.357. Observe que para a educação fundamental, menos de 25 bilhões. O FUNDEB é dividido entre 27 Estados e 5570 municípios. Gastamos muito em ensino Superior e pouco no ensino Fundamental. A Gestão da Educação é uma tragédia administrativa. Vale registrar o Orçamento Municipal Floripa: 811.748.434/38 mil alunos = R$21.361,00 e Orçamento do Estado: 6.729.082.989/520.000 alunos = R$12.940,00. Cabe ao Estado e município a educação primária e secundária.

A educação superior se consolidou no Brasil na década de 70 quando os militares resolveram abrir uma “Universidade” em cada Estado. Aqui nasceu a UFSC graças ao empenho de algumas pessoas com destaque para Ferreira Lima, primeiro reitor da entidade. Em seguida veio a UDESC e mais tarde as Universidades Privadas e as Unidades superiores isoladas.

Nesta época o Brasil vivia a cultura rural, os pais não enxergavam, até porque inexistiam ou eram poucos os cursos superiores, a necessidade de encaminhar seus filhos à universidade. Para recepcionar alunos, convencê-los da necessidade de cursarem o SUPERIOR, foram oferecidos benefícios extraordinários como alojamentos, estudos de graça, restaurante e enormes estacionamentos.  

O mundo universitário brasileiro abrange, atualmente, 8,5 milhões de alunos dos quais, 2 milhões (1,3 milhão nas federais) estacionam, comem e estudam de graça, 6,5 milhões pagam suas mensalidades ou com recursos próprios ou através do FIES.

Temos então um surrealismo escolar, o filho do empregador, vai de SUV para a federal ou estadual, e, o filho da sua faxineira, se obriga a pagar a mensalidade da UNISUL ou UNIVALLI. Esta iniquidade está “submersa” poucos falam, os diretórios estudantis se omitem, o MEC em silêncio e as Secretarias estaduais, temerosos de levantar um “leão raivoso” esquecem o problema.

Estamos falando do péssimo ensino secundário oferecido pela Escola Pública. Diante de um ensino privado muito melhor, os filhos da classe pobre não têm como competir no ENEM ou Vestibular, com os alunos do Catarinense, do Menino Jesus, Colégio Energia, Coc, entre outras.

SC conta com o Sistema ACAFE –  Associação Catarinense das Fundações Educacionais – uma sociedade civil sem fins lucrativos que congrega 16 fundações educacionais, 150 mil alunos, criadas no Estado de Santa Catarina por lei dos poderes públicos estadual e municipais. A UDESC, não faz parte do Sistema. O Sistema ACAFE cobra mensalidade e isto se tornou um peso enorme para muitos filhos de pessoas remediadas.

Jorginho Mello resolveu dar uma basta nisso criou um nome pomposo PROGRAMA UNIVERSIDADE GRATUITA, e nesta primeira fase vai atingir 50% dos alunos entre 2023/2026 com investimentos previstos de 1,2 bilhões de reais. A contrapartida será dada durante ou após a conclusão da graduação em prestação de serviços em favor da população.

Não obstante a boa iniciativa do Governo, o programa responde em parte as necessidades da Economia Catarinense. Há no imaginário popular o desejo de fazer o “ensino superior” como forma de se alçar ao andar de cima. Isso, de fato, já foi uma realidade, hoje, não mais.

O Governo mirou no curso superior, mas o foco deveria ter sido o Ensino Secundário Profissionalizante. Há muitos advogados, Administradores, Economistas, Assistentes Sociais, desempregados ou se empregando nos aplicativos de transportes. Antes imaginava-se que um diploma de boa universidade era um “sinal” que o profissional estava apto a “fazer coisas incríveis”, porém, este tempo passou, as tecnologias tomaram conta da sociedade. Homens bem-sucedidos e geniais como Steve Jobs, Bill Gates não concluíram as suas faculdades e, no entanto, criaram impérios de tecnologias.

A questão da Educação é uma tragédia. Mesmo em SC, a Universidade complementa o ensino Médio (Secundário), transforma-se num “colegião”. O Brasil em relação ao mundo desenvolvido, está atrasado 04 anos no ensino secundário, ou seja, qualquer aluno americano do ensino médio sabe mais do que qualquer aluno universitário brasileiro. Falta-nos quase tudo – os alunos leem pouco, escrevem pouco, pensam pouco e resolvem poucos problemas. Nos países avançados estão mais preocupados com as ciências que envolvem tecnologias e menos ciências sociais. Aqui ainda debatemos Paulo Freire.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE

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