A Social Democracia não passa de um conceito mitigado de socialismo, ou seja, é um socialismo light. Buscaram inspiração no movimento fabianista inglês de 1884.  A socialdemocracia de nossos dias tem origem na Associação Geral dos Trabalhadores Alemães, partido fundado em 1863, por Ferdinand Lassalle. Ele procurou defender os interesses da classe trabalhadora e de trabalhar para o estabelecimento do socialismo através da utilização da política eleitoral apoiada por sufrágio universal. Mais tarde através de “fusões” resultou o Partido Social Democrata da Alemanha (SPD), que permanece existindo até hoje. Desde sua fundação e até 1945 sempre foram marxistas, isto é, defendiam a economia planejada.

Há no Brasil partidos que defendem esta exótica teoria e o mais expressivo é o PSDB.

De ressaltar que desde o começo a social democracia nunca rejeitou o marxismo, ao contrário estabeleceu parcerias com Marx e Engels. O inimigo a ser derrotado era o capitalismo e a sua teoria dos preços. Todos enxergavam o mercado como o causador da opressão da classe trabalhadora em benefício da burguesia. Esta forma de enxergar a sociedade era bem recepcionada pelos trabalhadores, daí o interesse político pela “teoria”.

Após a Segunda Guerra Mundial, a socialdemocracia rompeu de vez com os comunistas o que era mais ou menos natural tendo em vista as odiosas ações stalinistas na Rússia. Rejeitaram a luta de classe e o marxismo mas não os seus postulados como o gigantismo do Estado, por exemplo. De outro lado a vitória do liberalismo/capitalismo sobre o nazismo e o fascismo (que defendiam Estado Forte) evidenciaram a vitória da “teoria dos preços” sobre a “economia planejada” vindo, então, a socialdemocracia abraçar os postulados da livre iniciativa, mas sempre com fortes argumentos de rejeição contra o mercado livre (USA).  Era o “socialismo mitigado” espécie de hermafroditismo político.

A social democracia prosseguiu, mas com fortes críticas ao sistema capitalista defendendo reformas profundas nas décadas de 50, 60, 70. Foi então que surgirão as nacionalizações das grandes empresas em todo o mundo ou a fundação de outras para exploração das riquezas do solo. No Brasil Volta Redonda, Petrobrás, entre outras.

Passaram a defender o estado de bem-estar social, mais educação, saúde, segurança com base em tributação progressiva. Como defendiam um Estado Forte, havia a exigência de mais impostos, nascia então a vontade “soberana” do povo em taxar as grandes fortunas, os lucros, os dividendos. No rastro vinha também uma burocracia cara, onerosa, que ao final e cabo, se apropriou de grande parcela dos orçamentos públicos. 

Ressalte-se que as ideias lançadas pela social democracia atraíram os economistas do mundo subdesenvolvido (CEPAL) de países pobres e em formação como o Brasil. Suas teses protecionistas e da intervenção do Estado são uma tragédia, não se sabe ao certo se desejam um capitalismo vigoroso ou um Estado mastodôntico. Entre estas duas forças as energias do País vão (ou foram) para o ralo da história.

A intervenção na Economia cobra um preço elevado. Todos os países que seguiram este caminho se viram às voltas com sérios problemas fiscais e, seguramente, o mais lustroso exemplo destas políticas desastradas se deu na Inglaterra.

Na década de 80 a Inglaterra estava “falida” com seus “dinossauros” públicos na telefonia, bancos, ferrovias, portos, entre outros. O País andava de lado, perdeu competitividade, os sindicatos mandavam e desmandavam. Surgiu então (1979/90) Margaret Thatcher Primeira-Ministra do Reino Unido, que fez uma verdadeira revolução conhecida como “neoliberalismo”, privatizou no limite.

O País voltou a respirar, Thatcher mostrou ao mundo que a verdadeira política que dá certo, é o livre mercado, submetido, por óbvio, aos contra freios sociais. Os ingleses legaram ao mundo não só a privatização dos serviços públicos, mas também a forma de controlar monopólios e oligopólios privados de serviços públicos através das Agências Reguladoras.

Desde então a social democracia que vinha “mentindo” sobre sua forma de atuar na economia foi se reduzindo e o liberalismo assumindo a sua liderança.

Vale destacar que a Internacional Socialista reconhece a social democracia como forma ideal de democracia representativa, enfatizando os princípios  de liberdade, igualdade e justiça social e a solidariedade pelas vítimas das injustiças.

Esses valores estão presentes com muito mais ênfase nos postulados liberais que tem nos militantes da Revolução Francesa o lema “liberdade, fraternidade, igualdade” além de todos os direitos consagrados pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da Revolução Francesa, de 26 de agosto de 1789.

Em conclusão ser um social democrata é namorar com um Estado forte, intervencionista, repleto de empresas estatais. No Brasil está doutrina tem sido um desastre. O Brasil é “esquizofrênico” em sua economia, não sabe ao certo qual caminho adotar. Sequer nos dispomos a cotejar com outras economias liberais que deram certo.

O MDV pretende contribuir na formação política defendendo os postulados liberais – direito à vida, defesa dos direitos individuais e coletivos, defesa da propriedade privada, do livre mercado e da democracia – condenando toda forma de regime ditatorial explicito ou mitigado.