ECONOMIA E A TAXA DE JUROS

Leio nas folhas que a taxa de juros no primeiro trimestre de 2022 entre as maiores economias do mundo comportou-se da seguinte forma:

Argentina ………..47%

Russia……………..14%

Turquia……………14%

Brasil………………12,75%

Mexico……………  6,50%

Foquemos o Brasil. Será que uma taxa de 12,75% com tendência de alta, resolve os problemas da inflação brasileira? Como se sabe o esforço do Banco Central tem como objetivo conter o ímpeto de compras dos consumidores, arrefecer a demanda e assim, equilibrar a oferta de produtos. (supostamente, o choque de oferta forçaria a baixa dos preços). Mas carrega efeitos colaterais tóxicos, gera ganhos extraordinários aos rentistas, castiga os empreendedores tornando os projetos de investimentos inviáveis, além de impor preços elevados aos produtos duráveis como fogões, geladeiras e TVs. Neste caso pode até haver um desvio de consumidores para produtos da cesta básica, impondo uma pressão ainda maior.

A meta do Banco Central é controlar a inflação. Há vários indicadores para medir o “dragão” o mais conhecido é o IPCA/IBGE que em abril 2022 ficou em 1,06%,  março foi de 1,62%, em fevereiro, 1,01% e em janeiro o valor foi de 0,54%, resultando um valor acumulado de 4,29%.  A meta de inflação do BC para este ano é de 5%.

Vamos colocar a lupa no IPCA e ver que ele é fruto de algumas forças econômicas geradoras de pressões inflacionárias que se espalham pela economia: o custo do petróleo (Gás, gasolina e diesel), o custo da energia elétrica e o custo dos produtos importados. Qual a importância das taxas de juros nestes segmentos? Aparentemente, nenhuma.

Não se tem conhecimento de que a SELIC vai impactar o custo internacional dos barris de petróleo, tampouco que irá arrefecer os preços das distribuidoras de energia elétrica, muito menos influir nos custos internacionais dos produtos importados. Portanto, caberia uma reflexão do Banco Central sobre tudo isso.

Acresce reforçar o fato de que, seguramente, juros altos, não tem nenhuma influência junto dos produtos que formam a “CESTA BÁSICA”, servem, e muito, para expulsar os investimentos na economia, justamente, eles que tem a missão de produzir oportunidades, renda e empregos.

Portanto, SMJ, a política consagrada pelo Banco Central está equivocada. Estamos impondo um sacrifício desnecessário à população, e às futuras gerações pelo aumento excessivo da Dívida Pública, hoje em torno de 6 trilhões, equivalente a 75% do PIB.

Mas então o que fazer, para reduzir a inflação?

Há vários caminhos:

Primeiro deles manter com mão de ferro o equilíbrio das contas públicas a chamada política fiscal, manter o teto de gastos abaixo dos limites legais.  Estas ações transmitem ao Mercado sinais de um futuro equilibrado, ninguém precisa se preocupar e buscar refúgio no dólar. Há aqui um efeito positivo, a criação de expectativas seguras de que o País está no caminho certo, carreando com isso mais dólares para dentro do Brasil. Sempre lembrando que quanto menor o dólar mais barato ficam os produtos importados.

O segundo ponto é dar um choque de oferta de produtos básicos relacionados à alimentação, vestuário e saúde, zerando ou diminuindo os impostos de importação.

O terceiro passo seria no médio prazo, apressar as Reformas, especialmente, Administrativa, Tributária e Universitária, inserindo previsibilidade, racionalidade e eficiência ao setor produtivo.

A quarta sugestão, seria o Conselho de Administração da Petrobrás fixar limites para obtenção do Lucro Líquido, sobre o qual incide a rentabilidade dos acionistas. Poderia estabelecer uma limite inferior de 15% a um limite superior de 20% de ganhos líquidos. Hoje, a política de preços obedece ao binômio – preço do barril+variação do dolar, gerando lucros líquidos de mais de 40% ao ano. Os Bancos de Desenvolvimento trabalham em média com taxas próximas entre 9 a 15%. Portanto há espaços para boas decisões.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE

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