EDUCAÇÃO BRASILEIRA CONDENAÇÃO PLANEJADA

O orçamento do MEC é algo fantástico – por lá os números financeiros são todos superlativos, em 2020, estão previstos R$ 103.114.812.356 (cento e três bilhões e 100 milhões) dos quais apenas R$ 13.244.708.258,00 destinados à Educação Básica. Portanto o grosso dos recursos vão mesmo para o Ensino Superior, aí envolvidos recursos para os hospitais universitários. São 66 Universidades e 38 Institutos Federais, com 1,32 milhões de alunos.

Para se ter uma dimensão da montanha de dinheiro alocada à educação superior, a UFSC, vai gastar em 2020 nada menos do que R$ 1.425.750.634,00 e míseros R$ 723.523,00 para a educação básica. A UFSC tem aproximadamente 30 mil estudantes matriculados em 107 cursos de graduação presenciais e 13 de educação a distância além de disponibilizar mais de 7,5 mil vagas para cursos de mestrados e doutorado. Portanto cada aluno custa ao contribuinte catarinense R$ 1.425.750.634,00/30.000 = R$47.525,02/12, R$3.960,41/mês, coisa de país desenvolvido.

Qual a grande contribuição da UFSC à sociedade catarinense? São médicos, engenheiros, economistas, advogados, contadores, professores, a maioria vindas das camadas mais ricas da sociedade. No ENEM 2019 o ranking do resultado dos Colégios obedeceu esta ordem: Energia, COC, Educandário Imaculada Conceição, Escola Autonomia, Catarinense, Campeche, Bom Jesus, Escola da Ilha, todos privados. São colégios que cobram uma mensalidade em torno de R$1.800,00 por mês, mais taxas diversas. Só estudam alunos abonados. Seus país não vem a hora se seus filhos ingressarem na Universidade aliviando o custo mensal da educação.

Este registro revela uma iniquidade espalhada por todo o Brasil. Segundo o INEP há no Brasil 8,4 milhões de universitários, destes, 6,4 milhões (75,4%) estudam nas unidades privadas e 2,0 milhões (24,6%) nas universidades federais, estaduais e pasmem, municipais. Aos alunos de Universidades públicas são oferecidos estacionamentos, estudos, restaurante e até dormitórios, tudo de graça, pagos pelo trabalhador brasileiro. Para os demais 6,4 milhões, ou pagam suas mensalidades ou então, buscam no FIES a solução, se endividam e se obrigam a pagar a conta, depois de formados. Sucede um quadro desolador – o filho ou filha do empregador estuda de graça e o filho ou filha da empregada doméstica, paga pelos seus estudos. Aqui se aplica a Justiça Social, ao inverso.

Ao longo dos anos os “socialistas” tentaram contornar este malfeito social, esta injustiça, e inseriram as quotas raciais, reservas de vagas em instituições públicas ou privadas para grupos específicos classificados por etnias, na maioria das vezes, negros e indígenas. O que era ruim, piorou. Em vez de buscar uma solução “de raiz” usaram do atalho da trepadeira. O Brasil precisa, desesperadamente, é de proteção às nossas crianças e jovens, em vez de investir na educação superior, aplicar os recursos na educação fundamental. Um País se faz com povo alfabetizado, não com analfabetos funcionais. 

Vale ressaltar que o modelo de ensino gratuito se justificava nos idos da década de 60/70 quando era preciso atrair os jovens urbanos e do interior para dentro das recém instaladas Universidades e seus cursos, muitos desconhecidos da sociedade. Passados 60 anos, o modelo não mais se justifica, hoje, contribui para o aprofundamento do “buraco social”, é preciso encontrar novas alternativas de financiamento do ensino superior.

A solução passa pelo fim do MEC, substituindo-o por uma Agência Nacional de Educação, e as atuais Universidades seriam “privatizadas” através de Parcerias Público Privadas. O Governo poderia manter uma linha de FINANCIAMENTO de transição (talvez uns 10 anos), de bolsas para alunos carentes e o FIES continuaria da forma atual, aperfeiçoando os mecanismos de fiança dos financiamentos efetuados. Pelo menos 50% dos atuais recursos seriam destinados ao ensino fundamental. Estaria resolvido o problema da educação.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI – PRESIDENTE DO MDV  


Alunos matriculados nas Universidades federais: 1.324.984 (2019) Alunos matriculados nas Universidades Estaduais: 660.854; alunos matriculados em Unidades Superior Municipais: 91.646.

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