UFSC ATOLADA NO PASSADO

Estudei na UFSC, agradeço ao modelo que me deu régua e compasso acadêmicos para vencer na vida. Nada é mais importante do que a educação, ela salva, resgata a dignidade do pobre, eleva o cidadão ao andar de cima.

O modelo universitário instituído na década de 50/60 do século passado era criativo para aqueles tempos em que o Brasil Rural representava 80% da força de trabalho. As famílias do interior e de certa forma a classe média dos centros urbanos não tinham a menor ideia do que representava o ensino superior. Tinham-se como profissões acadêmicas 03 atividades – advogados, médicos e engenheiros, todos formados no “eixo Rio de Janeiro Curitiba ou São Paulo” sempre advindos das famílias tradicionais. Inexistiam demandas por estudos universitários.

Até que na década de 60, deu-se início ao Padrão Universitário das Federais. Cada Estado queria a sua. Aqui em SC, a UFSC nasceu do esforço concentrado de alguns abnegados entre os quais o Professor Ferreira Lima, de saudosa memória.

Graças a estes visionários a UFSC foi instalada de forma descentralizada, num primeiro momento, e depois, aos poucos, centralizada na antiga Fazenda Brasil, atual campus da Trindade. De míseros 150 alunos pulamos para mais de 40 mil, formamos professores, médicos, Engenheiros, advogados e mais uma centena de outras profissões.

Vale ressaltar, para viabilizar o modelo, atrair os jovens urbanos e principalmente, os rurais, era preciso oferecer não só estudos gratuitos, mas, igualmente, serviços de “pensionato” incluindo, pernoite e refeições. Nascia o RU e a Moradia gratuitas que persistem até hoje.

Hoje a UFSC opera um orçamento inimaginável para os seus fundadores, R$ 975.850.859,00/2021, mas já foi maior (1,4 bi). Vale dizer que a UFSC deve ser o sexto orçamento de SC, maior do que ela apenas Floripa, Joinville, Blumenau, Chapecó e Itajaí.

Não obstante muitos realçarem as qualidades da UFSC guardo convicção que não passaria pelos testes de eficiência de uma boa auditoria. A UFSC se movimenta dentro de padrões administrativos antiquados, detém uma autonomia indesejada, seus Conselhos internos não passam de pequenos “soviets” constituídos de professores, funcionários e alunos que regulam e organizam a produção intelectual sem que sejam importunados por agentes externos. Educação exige ordem e sobretudo, disciplina, virtudes, escassas dentro do Campus.

É preciso debater estas iniquidades. Sob o argumento de que lá é um território livre e soberano, qualquer tipo de policiamento é rejeitado, a PF tem que pedir autorização para efetuar qualquer operação dentro do campus.

Em 2014 alunos e MST retiraram a bandeira nacional e ergueram uma bandeira vermelha símbolo da Internacional Socialista, lembrando que a UNE desde sua fundação deteve o controle da política estudantil, todos os presidentes foram ou são ligados ao Partido Comunista, da mesma forma, nos Diretórios Estaduais.

O modelo universitário brasileiro apesar dos bilhões que são investidos, nunca produziu, em todo o País, um mísero Prêmio Nobel o que é um vexame e dá mostras de como o sistema é conduzido.

Entre as 100 melhores universidades do mundo, Rússia, Argentina, Austrália, Coreia do Sul, aparecem bem avaliadas, não há uma sequer do Brasil. Portanto, elogios de ocasião são dispensados. Para melhorar o ambiente universitário, há que se fazer um grande debate e examinar estas ineficiências que são flagrantes.

A última grande decisão do Conselho Universitário sob a liderança do tirano Reitor Ubaldo Baltazar foi suspender as aulas em 2020 e só retomá-las, se todos estiverem vacinados, em 2022. O que era ruim ficou ainda pior. Estão todos de “férias”, nas praias e shoppigns e para fraudar a população universitária se dizem em “aulas remotas” pela Internet. É mais um embuste, uma tapeação de quem deveria dar o exemplo. Foram 2 bilhões, pelo menos, torrados do trabalhador brasileiro. É um insulto a quem paga impostos e deseja ver seus filhos formados.

ADM. DILVO VICENTE TIRLONI PRESIDENTE DO MDV

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